As histórias de visagens e assombrações contadas pelo escritor Walcyr Monteiro, membro da Academia Paraense de Letras, prenderam a atenção de estudantes e professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Ministro Alcides Carneiro, localizada no bairro do Coqueiro, em Ananindeua, município da Região Metropolitana de Belém. A conversa com o autor de livros que narram histórias do imaginário popular paraense aconteceu nesta terça-feira (7), durante o “Encontro com o escritor da terra”, uma programação da comunidade escolar.
Com a atividade, os alunos são incentivados a conhecer mais sobre literatura e a cultivar o hábito da leitura de obras de escritores da região. A ação é interdisciplinar e mobilizou todos os estudantes em torno do tema, por meio de pesquisas e confecção de cartazes sobre a obra “Lendas, assombrações e encantamentos da Amazônia”, de Walcyr Monteiro. Os alunos apresentaram uma performance da “Matinta Pereira”, uma das lendas narradas na obra de Walcyr. A programação contou ainda com teatro de fantoches, contadores de histórias e a participação do cantor Mário Mousinho e da Banda Marcial da escola.
Tradição - Walcyr Monteiro falou sobre a transformação da tradição oral e o conteúdo das narrativas, a partir da popularização da televisão, quando as histórias do imaginário amazônico, contadas “na porta de casa”, foram dando espaço aos comentários sobre as novelas e o restante da programação.
Ele destacou a importância de se recuperar e valorizar o conhecimento popular e a memória das narrativas. “Estou muito feliz de estar aqui pregando a cultura da região. Nós precisamos nos conhecer um pouco melhor. Nascemos em uma região encantada e encantadora por natureza”, afirmou o escritor.
A habilidade de Walcyr de contar histórias encantou os estudantes. Jeane da Silva, 18 anos, pesquisou a trajetória profissional do escritor, durante as aulas de letramento na sala de leitura da escola. “Eu já tinha escutado o meu irmão falar que fez uma pesquisa na escola dele. Também já tinha escutado algumas dessas histórias, como a da Moça do Táxi. Fui lendo na internet e na sala de leitura, e me interessei bastante”, relatou a jovem. Para ela, a metodologia aplicada pelos professores durante o projeto foi bastante positiva. “Achei muito válido porque a gente aprendeu em sala de aula e agora está praticando”, acrescentou.
De acordo com a coordenadora pedagógica da escola, Ana Lúcia Monteiro da Cunha, a ideia é colocar em prática estratégias de ensino de forma interdisciplinar, com atividades extra classe. “Conhecer as obras de Walcyr Monteiro é desvendar a cultura amazônida, seus mistérios, tradições e crendices", afirmou a coordenadora. A ação, destacou, visa sensibilizar os alunos para a leitura e a escrita, contribuindo para sua formação como cidadãos e despertando o gosto pela leitura".
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