XXI FEIRA PAN AMAZÔNICA DO LIVRO


Os estudantes da rede estadual de ensino que participam da Gincana Literária, na XXI Feira Pan-Amazônica do Livro, têm encontro marcado, nesta quinta-feira (4), com a obra da escritora paraense Stella Pessôa, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Ulysses Guimarães, no bairro de Nazaré, em Belém. Esse é o terceiro dos quatro encontros agendados pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e contará com a participação de Elisabeth Pessôa, filha da escritora, que vai falar da vida e da obra “Ficção em vez de confissões”. Livro que reúne dezesseis contos e outros escritos.

Graduada em Engenharia Civil, Stella Pessôa - ou simplesmente Tetê, como era carinhosamente chamada desde a infância - conseguiu unificar as atividades profissionais com a literatura, que a revelou uma escritora com grande intimidade com as letras e uma pesquisadora do pensamento do filósofo e escritor Benedito Nunes - frequentou de 2006 a 2010 os cursos livres de filosofia e literatura ministrados por Benedito Nunes, o que motiva seu interesse em aprofundar estudos a respeito do autor paraense sobre a Amazônia. Como ficcionista teve livros editados, textos veiculados pela internet e prêmios literários conquistados.

Stella Pessôa é considerada uma contista de prosa muito rica. “A palavra e o voo”, “Aqueles momentos de inlucidez”, “Conversa com os meus botões” e “À Moda de Heráclito” são títulos de quatro dos dez contos que compõem o livro “Mulher com o seu amante”, com apresentação da Benedito Nunes, que bem traduz a autora: “Ávida leitora, Stella Pessôa, mesmo falando de si, está sempre dialogando com a literatura. Pessôa desaparece como pessoa e aparece como escritora, impessoalizada nos autores de sua convivência diária, mão a mão com Proust e Dostoievski, Machado de Assis, Clarice Lispector, Flaubert, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, sem excluir Guimarães Rosa, de minha e de sua preferência”. Stella Pessoa faleceu em São Paulo, em 2016.

Menina na estrada
Na sexta-feira (5), essa fase da gincana se encerra no encontro marcado com as estudantes da Escola Alcides Carneiro, onde haverá uma roda de bate papo sobre a vida e a obra da escritora Lindanor Celina, do qual participará Madeleine Bedran, sobrinha da autora. O livro estudado por essa equipe é “Estradas do tempo-foi”.

Lindanor Celina Coelho Casha nasceu em Castanhal, como afirmava, mas teve seus olhos abertos para o mundo em Bragança, de onde mudou-se para Belém aos 11 anos. Ao vir para a capital paraense, obteve a primeira colocação no concurso nacional promovido pela Aliança Francesa, instituição da qual era aluna.

Como jornalista, na extinta Folha do Norte, Lindanor Celina escreveu muitos anos na coluna “Minarete”. Conviveu com vários jornalistas, poetas e escritores da cidade, mas quem acreditou no seu trabalho foi Machado Coelho, em seguida Dalcídio Jurandir e, depois, Benedito Nunes. Em 1963, publicou seu primeiro livro, o romance “Menina que vem de Itaiara”. Foi citada como romancista de costumes pelo crítico Afrânio Coutinho, em virtude das cenas e situações do livro que mostram a boa observação da autora. Teve uma produção prolífica que deixou para leitores de todos os tempos, além do romance escolhido para a gincana, os livros “Breve sempre”, “Pranto por Dalcídio Jurandir”, “A viajante e seus Espantos”, “Diário da Ilha” e “Eram seis assinalados”, adicionando as inéditas “Crônicas Intemporais” e “Para Além dos Anjos”.

Lindanor Celina enriqueceu a literatura regional da Amazônia e é considerada como romancista moderna, mais precisamente pós-moderna por causa da fusão do cotidiano com o ficcionismo mostrado em suas obras.

Por Ronald Junqueiro

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